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13 de fevereiro de 2013

Mogi e a violência


 
Algumas das opiniões e histórias de mogianos ouvidos na série de matérias sobre a segurança em Mogi das Cruzes mostram o descontentamento e a apreensão da população com a escalada da violência. Foram ouvidas 70 pessoas, de diferentes bairros e da região central. Em um dos depoimentos, uma mulher conta que foi abordada em um dos semáforos da Rua Ipiranga, no meio do dia, por um traficante, enquanto esperava pelo sinal verde. A audácia do marginal dá a exata medida da sensação de insegurança que ronda a todos.

O homem disse a ela, em plena luz do dia: “Vai querer o que hoje? Tenho pedra, erva e pó”. O comércio crescente de entorpecentes e a dependência química foram citados por várias das pessoas ouvidas por O Diário. É, de fato, um problema de segurança e de saúde pública, que propulsiona outras modalidades de crime, como furtos e roubos.

Em que pese o fato de o novo comando da Polícia Militar agir de maneira mais assertiva no policiamento preventivo e repressivo, o vão existente entre o avanço do crime e os recursos materiais e humanos para combatê-lo é enorme. Por isso, as pessoas consideram a Cidade tão insegura. Por isso, comerciantes são assaltados, três, quatro vezes seguidas, como este jornal mostrou na edição de domingo.

Enquanto a sociedade civil cobrar apenas o reforço do combate ao crime, com o aumento de rondas, e do número de policiais, sempre menor do que o necessário, e as políticas de segurança publica não atacarem raízes desse drama social, pouca coisa mudará efetivamente.

É preciso atacar causas desse quadro, como o avanço do consumo e venda de drogas, além de acabar com a impunidade, muitas vezes, provocada por brechas na legislação, falhas no sistema penitenciário.

A Polícia tem prendido muitos marginais, porém, eles acabam sendo colocados em liberdade pela Justiça, dias ou horas após os flagrantes.

A apreensão dos mogianos serve de alerta às autoridades e à sociedade civil. O esfacelamento de programas como o policiamento comunitário é perigoso. O canal de comunicação mantido entre os policiais dos postos nos bairros e a população concorre para esclarecer muitos crimes, desbaratar quadrilhas e até tirar do crime, os jovens que estão entrando na bandidagem.

O fato de 40% dos entrevistados já terem sido vítimas de marginais, muitos, mais de uma vez, é grave.

Os resultados dessa enquete comprovam, infelizmente, o quanto o cidadão é paciente com as políticas equivocadas do governo e não exerce o poder de cobrança e pressão que detém por meio do protesto organizado e na hora do voto.
Fonte: O Diario de Mogi

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