Em plena luz do dia, os frequentadores
do Parque Botyra Camorim Gatti, no Centro Cívico, precisam dividir o
espaço municipal com usuários e traficantes de drogas. O Diário esteve
no local ontem (29) e flagrou ao menos seis pessoas utilizando
entorpecentes. A base 24 horas da Guarda Municipal, instalada no espaço,
estava fechada durante a tarde desta terça-feira. Os visitantes pedem o
reforço na segurança com receio de que lá se torne uma nova
“Cracolândia” (região no Centro da Capital conhecida pela presença de
muitos usuários de crack, droga produzida a partir da cocaína).
A
reportagem esteve no local durante a manhã e tarde. Por volta das 11
horas, cinco jovens fumavam o que pareciam ser cigarros de maconha
feitos de papel de seda, com aproximadamente 15 centímetros. Eles
estavam em banco próximo ao portal de entrada do parque. Despreocupado, o
quinteto usava entorpecente tranquilamente enquanto alguns
frequentadores do local faziam atividades físicas.
O mais velho, que aparenta ter 25 anos,
fica sempre em pé, responsável por monitorar se algum policial ou agente
da Guarda Municipal pode aparecer. O restante não chega aos 20 anos. Um
deles começou a pôr a erva na folha e enrolá-la livremente.
Localizado
em área nobre da região central - próximo à Prefeitura, à Câmara
Municipal, à Delegacia Seccional, ao Fórum Central e ao Corpo de
Bombeiros -, o local costuma ser muito frequentado. “Se nas costas de
todos esses prédios importantes o descaso está assim, imagina se ficasse
longe. É perigoso. Nós evitamos sair para não enfrentar riscos”,
comentou o ajudante Reginaldo de Jesus, 30, que passeava com a mulher,
Viviane, 30, e o filho, Davi, 1, ontem à tarde pela área de recreação.
Neste mesmo horário, dois jovens não se
preocuparam em se esconder da reportagem. Um deles continuou a usar
drogas enquanto era fotografado. Quando o carro da equipe passou pelo
local, a dupla disparou xingamentos aos gritos. Um garoto, aparentando 7
anos, passou em uma bicicleta dizendo que “era para parar de fotografar
e deixar os mano (sic) em paz”. Toda a cena a poucos metros da base da
Guarda Municipal, que foi mantida fechada durante os 50 minutos em que a
reportagem permaneceu no local.
“Quem anda por aqui vê de tudo. Precisam
reforçar a segurança. Caso contrário isso daqui vai se tornar uma
“Cracolândia”. A função da Guarda é de assegurar o patrimônio, mas acho
que neste caso poderia instruí-la a agir de forma mais ampla no parque,
abordando usuários e possíveis traficantes. Eles estão aí todos os
dias”, afirmou o aposentado Antonio Chans, 83, que fazia caminhada pelo
espaço.
A dona de casa Tânia Sueli de Andrade,
48, aponta que o monitoramento eletrônico e operações casadas da Polícia
Militar e da Guarda podem acabar com o problema. “Além disso, tem a
questão da pichação que também pode ser resolvida. A Prefeitura precisa
atentar para a limpeza do lugar, o mato está altíssimo”, observou
referindo-se à grama alta.
De acordo com a Coordenadoria de
Comunicação da Prefeitura, equipes da Secretaria de Serviços Urbanos
fazem a limpeza do local e cortam o mato. “Desde ontem (anteontem) à
tarde, os funcionários atuam no Parque Botyra Camorim e devem ficar até
os próximos dias”, informou.
Fonte: O Diario de Mogi
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